
Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.
Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom – nem totalmente mau – assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.
A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.
Exu é a figura mais importante da cultura yorubà. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
Cores
Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
Saudação
Laroié!

Omolú é a Terra.
Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no entanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento – como comprovam os vulcões em erupção – domina as camadas mais profundas do planeta.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar diretamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
Quando se está adoentado, é Omolú quem ajuda o espírito fazer a transição de sua vida terrena para sua vida espiritual.
Cores
Preto e branco
Saudação
Atotô
Obaluaiê
É o Orixá da cura, da sabedoria, da transmutação e da evolução.
Quando se fala em Orixá Obaluaiê e Omolú algumas dúvidas surgem – e uma delas é: Obaluayê e Omolú são o mesmo Orixá?
A explicação é simples: quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e Obatalá, Oxossi e Ossain e muitos outros, fato que também aconteceu com Obaluaiê e Omolú. Portanto, encontramos alguns Terreiros onde esses dois orixás são cultuados como sendo o mesmo, mas em outros, são cultuados como sendo Orixás diferentes.
Este Orixá tem muita força e se desdobra em duas vibrações: o Obaluaiê velho, chamado de Omolú que representa o sábio, o feiticeiro, guardião, no qual seu elemento é a Terra seca e seu habitat é tudo que está abaixo da terra do cemitério; e o Obaluaiê novo que representa o guerreiro, o caçador, o lutador, cujo seu elemento é a Terra úmida e sua vibração está em tudo que está acima da terra do cemitério.
Obaluaiê é o Orixá que atua na Evolução. É a Ele que clamamos quando nos sentimos estagnados ou em sofrimento (na dor física, mental, emocional ou espiritual). É a Ele que pedimos ajuda para evoluirmos em espírito ou para sairmos de um nível de entendimento para a sabedoria espiritual.
Muitos associam o divino Obaluayê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluayê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens”.
Diferença entre Omolú e Obaluaiê que, quando um ser está adoentado, é Obaluaiê quem ajuda o espírito a se curar.
Data festiva
16 de Agosto
Saudação
Atotô Ajuberú - quer dizer: “Silêncio, escutai, hora da devoção.”
Sincretismo religioso
São Lázaro e São Roque
Cores
Preto e amarelo
Ponto de Omolú/Obaluaiê
Casinha branca, casinha branca,
Que eu mandei fazer (2x)
Para oferecer a meu pai Omolú,
Meu pai Omolú seu Atotô Obaluaiê (2x)
Oi salve mamãe Oxum!
E salve Nanã Buruquê!
Salve Atotô Obaluaiê (bis)
Fontes dos Textos:
Candomblé – O Mundo dos Orixás :: Exú
Candomblé – O Mundo dos Orixás :: Omolú
Umbanda Carismática :: Obaluaiê
Imagens: Postais Pau Brasilis
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