domingo, 2 de maio de 2010

Segunda-feira: Exu e Omolu/Obaluaiê

Exu

Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom – nem totalmente mau – assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.

A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.

Exu é a figura mais importante da cultura yorubà. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.

Cores
Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.

Saudação
Laroié!

Omolú / Obaluaiê

Omolú é a Terra.

Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.

È preciso esclarecer, no entanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento – como comprovam os vulcões em erupção – domina as camadas mais profundas do planeta.

O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar diretamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.

Quando se está adoentado, é Omolú quem ajuda o espírito fazer a transição de sua vida terrena para sua vida espiritual.

Cores
Preto e branco

Saudação

Atotô

Obaluaiê

É o Orixá da cura, da sabedoria, da transmutação e da evolução.

Quando se fala em Orixá Obaluaiê e Omolú algumas dúvidas surgem – e uma delas é: Obaluayê e Omolú são o mesmo Orixá?
A explicação é simples: quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, trouxeram centenas de Orixás (dizem que o número era em torno de 300 a 400), com esse grande número de Divindades percebe-se que alguns atuam no mesmo elemento e com a mesma qualidade, portanto começaram a ser cultuados unidos como se fossem um só, como exemplo encontramos Oxalá e Obatalá, Oxossi e Ossain e muitos outros, fato que também aconteceu com Obaluaiê e Omolú. Portanto, encontramos alguns Terreiros onde esses dois orixás são cultuados como sendo o mesmo, mas em outros, são cultuados como sendo Orixás diferentes.

Este Orixá tem muita força e se desdobra em duas vibrações: o Obaluaiê velho, chamado de Omolú que representa o sábio, o feiticeiro, guardião, no qual seu elemento é a Terra seca e seu habitat é tudo que está abaixo da terra do cemitério; e o Obaluaiê novo que representa o guerreiro, o caçador, o lutador, cujo seu elemento é a Terra úmida e sua vibração está em tudo que está acima da terra do cemitério.

Obaluaiê é o Orixá que atua na Evolução. É a Ele que clamamos quando nos sentimos estagnados ou em sofrimento (na dor física, mental, emocional ou espiritual). É a Ele que pedimos ajuda para evoluirmos em espírito ou para sairmos de um nível de entendimento para a sabedoria espiritual.

Muitos associam o divino Obaluayê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura mesmo! Mas Obaluayê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens”.

Diferença entre Omolú e Obaluaiê que, quando um ser está adoentado, é Obaluaiê quem ajuda o espírito a se curar.

Data festiva
16 de Agosto

Saudação
Atotô Ajuberú - quer dizer: “Silêncio, escutai, hora da devoção.”

Sincretismo religioso
São Lázaro e São Roque

Cores
Preto e amarelo

Ponto de Omolú/Obaluaiê
Casinha branca, casinha branca,

Que eu mandei fazer (2x)
Para oferecer a meu pai Omolú,

Meu pai Omolú seu Atotô Obaluaiê (2x)


Oi salve mamãe Oxum!
E salve Nanã Buruquê!

Salve Atotô Obaluaiê (bis)


Fontes dos Textos:
Candomblé – O Mundo dos Orixás :: Exú
Candomblé – O Mundo dos Orixás :: Omolú
Umbanda Carismática :: Obaluaiê

Imagens: Postais Pau Brasilis

Domingo é dia de Ibeji! Deixa a Ibeijada brincar!


IBEIJADA
Nome dado no Brasil às entidades que se apresentam sob a forma de crianças.
São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos IBEJI.

IBEIJIS – IBEJI (ib= nascer; eji= dois)
Orixás gêmeos africanos que correspondem - no sincretismo afro-brasileiro - aos santos católicos Cosme e Damião.

DOIS-DOIS
Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; também são assim designados os santos Cosme e Damião, os Orixá africano IBEJI e as falange das crianças na Umbanda.

ERÉ (vem do yorubá iré - que significa “brincadeira, divertimento”)
Existe uma confusão latente entre o Orixá Ibeji e os Erês. Há uma relação, mas não se trata da mesma entidade. Ibeji são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos santos gêmeos católicos Cosme e Damião.

Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são Guias ou entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.

Os Erês
Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, tem a presença mais alegre da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos.

É a linha que mais cativa as pessoas, pelo ar inocente que traz na face do médium. Por sua natureza pura e pelos patronos a linha de Cosme e Damião também traz a cura para os males do corpo e do espírito, além de darem proteção e benção extra as crianças. Sua energia é transbordante de vitalidade e alegria, sendo capaz de derramar as maiores bênçãos de harmonia cotidiana.

A festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando a 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro (Crispim e Crispiniano).

Nos Terreiros de Um­banda, a festa é muito bonita, há distribuição de balas, doces e guaraná para as crianças. Os médiuns incorporam as crianças espirituais com a exteriorização de atitudes infantis como o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas. Mas infelizmente e erroneamente muitos interpretam a ‘gira de criança’ como uma diversão, afinal normalmente elas são realizadas somente em dias festivos como também, muitas vezes não consigamos conter os risos diante das palavras e atitudes das queridas crianças, momentos únicos de alegria e descontração que os Guias Espirituais, as crianças, aproveitam para nos curar de nossas amarguras.

As “crianças” são espíritos elevadíssimos que trabalham na falange de Yori e se adaptam suas formas espirituais às formas astrais de crianças, assim de forma doce, ingênua e com muita alegria esses Espíritos de Luz conseguem nos envolver intimamente e desagregar energias densas enraizadas em nosso campo aurico que nos deixa cada vez mais doente de corpo e de alma.

Seu comportamento tem sido como das crianças espirituais da Umbanda? Você tem sido alegre, bem humorado e puro de coração? Ou pelo menos exercita o aprimoramento de viver sempre com alegria e esperança?

Reflita sobre a sua missão.

Salve as Crianças! Salve os Erês! Salve Cosme e Damião!
Salve Oni beijada!

Fonte do Texto: Umbanda Carismática - Crianças